A e r a d o


Amar é acaber -se em buracos.

Busca -se o amor na expectativa ingenua de aplacar a dor do vazio que é existir.
Ama -se na tentativa de suturar o hiato que é viver.
Inventa -se um amor na procura de um sentido para estar no mundo.
Mas não há sentido.

Amor é vão.
É a des|ilusão que retira as bordas dos buracos ,amplia -os.

Nascer é abrir-se em feridas ,disse alguma vez um poeta*.
Amar também o é
,penso.

Será que amar e nascer são sopros do mesmo vento?





**Fotografia: Erik Hanson


















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Aline,

* Bartolomeu Campos de Queirós

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