l u t o
a dolorosa consciência de que às vezes as coisas são só
o que são
nada
além
às vezes acabam mesmo antes de terem um começo
marcado
às vezes o começo era só o silêncio, mesmo
tem coisa que nasce do silêncio
e morre em silêncio
e a gente mal nota
tem coisa que nem nasce, morre na semente
e essa coisa também é expressão da vida
das muitas vidas que temos e vivemos
e geramos e
às vezes nem percebemos
porque viver também é dis|trair-se
e é assim
frágil
q u e b r á v e l
meio
sem fim
e ainda assim vale a pena
![]() |
Fotografia: Anderson Mendonça |
_Aline, 30/06/2017.
| para o Thayson e para as mães sobreviventes
que nos ajudaram nessa travessia para formarmos |
**Escrito a partir do trabalho realizado em estágio junto a um grupo de mães que perderam filhos.
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